Pagar por apps e serviços não garante nada, certo?
Certo, e é com muito desgosto que escrevo esse post para desabafar um pouco sobre o último acontecimento no mundo da tecnologia e como ele é voraz para quem está disposto a pagar para consumir um produto de qualidade, sem publicidade e o diabo a quatro.
Pois bem, sou o tipo de pessoa que não mede esforços para contribuir com projetos que acredito e que têm utilidade no meu dia a dia, sejam aplicativos para iPhone ou podcasts que escuto religiosamente.
E não só isso, mas não meço esforços para divulgar explicações e justificativas para tais iniciativas: sou declaradamente contra o abuso de propagandas na internet, odeio publieditoriais e toda a sorte (ou azar) de marmotas para enganar ouvintes e leitores a fim de "manter um projeto".
No dia 26 de março reclamei sobre o Instapaper no twitter:
após esperar mais de uma semana por suporte do instapaper e não receber absolutamente nada, acho que chegou a hora de dar adeus ao serviço.
— Luana Oliveira (@luanagtx) 26 de março de 2013
E até o momento não havia recebido resposta. Pois bem, eu era assinante do serviço, não apenas paguei pelo app mas pagava para receber recursos extras da API. E quebrei a cara.
Hoje, praticamente um mês depois, o Marco Arment divulgou em seu site que o Instapaper foi comprado pela Betaworks.
Obviamente para as empresas que estão de olho nas start-ups e projetos "respeitáveis", é relativamente fácil desembolsar certa quantia e comprar a ideia e/ou o projeto para tocá-los em frente (ou matá-los como o Google faz) com uma certa "clientela" (me sinto nos anos 80 escrevendo assim, mas é a verdade).
Percebeu que são muitos parêntesis para "justificar" alguma atitude dessas empresas? Pois é... enquanto isso, eu como entusiasta e consumidora de produtos que "APARENTEMENTE" não terão suas almas vendidas, me senti absolutamente trouxa esperando algo de alguém também "aparentemente" confiável como o Marco Arment.
Enquanto muitos nas redes sociais, inclusive na App.net elogiam o Marco Arment por tal tomada de decisão, eu como consumidora lamento por ter acreditado em um produto que me deixou na mão não só quando precisei do suporte mas depois ao descobrir que não pertence mais à pessoa que confiei.
Cada vez mais acredito que a internet esteja caminhando para nos fazer de "beta testers" sem fim, ou seja, vamos confiando nos produtos e divulgando-os, até que em determinado momento vemos todas as nossas expectativas e confianças sendo lançadas nas mãos de uma pessoa ou empresa totalmente diferentes daquelas que acreditamos inicialmente.
Eu poderia escrever e justificar muito mais nesse momento, mas ainda estou digerindo o acontecimento e buscando novas alternativas, ainda que estas também não sejam confiáveis...
...pois na internet atualmente cada um vai salvando o seu milhão, e trouxas somos nós que AINDA acreditamos.
Sem mais.